Ivan

DEGRAUS

Caí perante a labuta!

Minha areia apodreceu...

Compaixão tenho do meu eu,

Vitamina apócrifa que não se disputa...

Minha estrada virou lama,

Sulcar minha terra é urgência,

Pois vivo numa inadimplência

Sem métodos de organogramas...

 

Caí diante de um solo infectado

E fui alvo de operárias formigas

Que tecem bueiros e me abrigam

A fim de que eu seja clonado...

As veredas estão cobertas de mato,

A água suja transformou-se em mangue,

Insetos peçonhentos sugam meu sangue

E esta é a realidade que agora retrato...

 

Caí mediante a usura do meu caráter

Que não se corrompe e vive às avessas

Bebendo da solidão e das vis promessas

O suco da indiferença da natureza mater...

É fundamental arar meu soalho íntimo

E engendrar sementes puras de oliva,

Meu coração pulsa, quer que eu viva

E não aceita que eu pague o dízimo...

 

Caí, tropecei, voltei a cair da plataforma,

Mas meu senso incólume me aplaude,

Sou feito de aço, não sou rebento de fraude,

Isso é tesão que a personalidade informa...

Dias e noites me debruço em minha equidade

E faço do meu nariz vitrine do que é ser forte,

A esperança não dormita e vence à morte

A fim de que eu seja rebocado pela saudade!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

  • Autor: Ivan (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Março de 2022 18:15
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7


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