Onde toca privatiza
Onde passa tira vida
Transforma em ouro
Tudo a sua volta brilha
Mas tudo está sem vida
Estático, mas brilha.
O corpo opaco vira ouro
Reflete a imagem do rei
Mas esse rei é um tolo
Onde toca transforma em ouro.
Brilha, brilha, o ouro brilha
Ele brilha ouro e não vida
O rei midas tocou em mais um
Virou riqueza sem pulsação
Sem batimentos cardíacos
Mais um entrou na privatização.
II
Pena que esse grupo acredita
Acredita em coisas não vistas
Só por que as estrelas brilham,
Significam que escolhem contigo?
O rei também privatizou isso
O rei também tocou em livros, em muitos livros
Agora com páginas pesadas e difíceis de serem carregadas
E com o brilho do ouro que impedia de ser interpretadas
E Esqueciam de todas as palavras, maldiziam os sem casas.
III
Pessoas que eram grandes para a nação,
Eram abraçadas por midas e sua fascinação.
Sempre virando ouro, seus corpos brilhantes
Colocados nas praças, para que todos os habitantes
Olhassem para as estatuas vendo-se aspirantes,
Na ilusão da estátua se sentiam importantes,
Perdia-se em todos os cantos como relevantes.
Pois no reflexo do ouro se achavam grandes.
- Autor: Vagabundo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de fevereiro de 2022 09:26
- Categoria: Sociopolítico
- Visualizações: 10
Comentários2
Belas metáforas, só faltou incluir a dizimação da Amazônia! Chapéu!
realmente, estamos acabando com a nossa natureza, isso tudo por conta do ouro! irei tratar isso em algum poema, obrigado pelo comentario
Simplesmente um choque de realidade! Amei o poema
valeu amigo, tempos dificeis
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