Desilusão

AnnaBell



Expectativas e esperanças vazias jogadas num canto sujo da sala. A tempos não abro a janela, a poeira cobre todo o cômodo. Já não sei mais quanto tempo me prendi nesse inferno de ilusões distorcidas, com efeitos alucinógenos em minha mente. O que é verdade eu nunca sei dizer, passei tanto tempo acreditando que não consigo distinguir. Escuto passos lá fora, e isso me da medo, não quero sentir a luz do sol em meu rosto, encarar a realidade é mais doloroso que a solidão cruel. Se pudesse desejar gostaria de realmente sentir que é real, afinal o que define a realidade? Sensação? Toque? O toque das suas mãos nas minhas, o singelo abraço apertado, coisas podres que me estragam, cordas que me amarram num infinito de pensamentos. Ó senhor Deus dos desgraçados dizei-me vós se é mentira ou se é verdade perante os céus, o dia da liberdade é chegado? Por favor não deixai ele chegar antes da extinção de sentimentos contínuos, de dores infinitas, de uma tortura deliciosa e fantasiosa, que um dia estarei mergulhada na sua imensidão, embriagada com seu cheiro, e não conseguindo discernir o que sou eu e o que é você. No fundo acho que até sua profundidades desejosa é minha criação, mas não pode ser, talvez esteja louca em perceber toda vez que fito você, sentir que essa loucura pode ter sentido, que no fundo se importa comigo?

  • Autor: Raven (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de fevereiro de 2022 23:00
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 6
Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Muito bacana este texto poético! E trazer Castro Alves junto foi demais.
    Abraços a poeta, Annabell!

    • AnnaBell

      Castro Alves é uma inspiração, muito obrigada pelo comentário. Abraços



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