NO
No meu tempo de menino
Nunca fui bem educado.
Também não fui bem tratado,
Pois era muito traquino.
A filha de Enedino,
Brincar comigo queria
Ela chamava de dia,
Mas, a noite nem ligava...
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
Eu doido pra namorar
Mas, era desajeitado.
Vivia desconfiado,
Sem coragem de falar.
Mandei um primo ajeitar
Meu namoro com Maria,
Eu olhava ela sorria,
Eu pedia ela não dava...
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
Já morei em um cortiço,
Estava desempregado
E pra não ser despejado
Fui arrumar um serviço.
Acabou em reboliço
Que a costureira não via,
Mas, minha linha lambia,
Lambia e eu enfiava...
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
Também trabalhei na feira
Vendendo fruta madura,
Eu e Chiquinha Ventura
Mulher calma, quase freira.
Gente boa de primeira,
Olha a banana! Eu dizia.
E naquela cantoria,
Só caqui ela gritava...
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
Zefa tinha um passarinho
Escondido do IDEMA,
Mas, vivia um dilema
Com a criação do vizinho.
Esquecia o canarinho
E ao pombal se dirigia,
Era uma grande alegria
Quando a pomba ela avistava...
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
Fui tomar banho de mar
Com a minha namorada
A maré movimentada
E ela sem saber nadar.
Eu doido pra aproveitar
Tentava e não conseguia,
Pois na beira ela saía
No fundo ela não tomava...
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.
- Autor: Juca Santos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 15 de fevereiro de 2022 10:56
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Comentários1
Alapucha tchê, rsss. Bravo poeta. Parabéns, gaudério. Este é meu estilo. Tenho obsessão por décimas, com versos heptassilábicos. Te convido a conhecer a obra do Poeta Gaúcho Jayme Caetano Braun, minha referência de pajador. Baita abraço.
Muito obrigado poeta! Vou pesquisar a obra do poeta Braun. Obrigado pela indicação de leitura.
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