Jessé Ojuara

A viagem


Aviso de ausência de Jessé Ojuara
NO


 

Hoje minha vida é uma aquarela, quem sabe doce quimera, com sonhos, fantasias, ilusões e monstros libertados.

Dopado acordei. Aprisionado me libertei dos purões e cavernas platônicas, com suas sombras rotulantes e falsas. Essas sombras me assombram . Hoje sem sombras sou livre. Agora a minha sobra é que me segue.

Eu no comando, eu no leme, eu dito o norte, eu sigo em todas as direções. Navegar é preciso.

Quebrei lâmpadas, lampiões, lanternas e até faróis e na escuridão encontrei a verdadeira luz, dentro de mim mesmo. Apenas lá existe luz, na mais absoluta escuridão do ser.

Essa viagem não fiz só. Quando pulei no barco de Caronte, para visitar, em vida, meu Hades, você me acompanhou. E não tínhamos nem mesmo a moeda para pagar o barqueiro. Penduramos a conta. Caronte, puto reagiu. Ameacei revelar o seu segredo. Ele se calou e seguiu em frente. 

Hoje você vai onde eu vou. Eu vou pra onde me chamas. Você está onde estou e eu estou onde estais, mesmo não estando lá, aqui, cá, juntos seguimos sempre.

Guardas um pedaço de mim e eu um pedaço de ti protejo e venero. Dessa fusão nasce um novo ser. Melhor e renovado 

Somos um, dois, três, muitos, únicos, livres e obstinadamente transgressores. Quebramos regras, vidraças, padrões caretas, paradigmas, esteriotipos e todo o lixo social e político imposto para nos escravizar.

Esquecemos o ontem. Vivemos o hoje e para prever o amanhã, forjamos o nosso próprio futuro.  Ele será exatamente como quisermos que ele seja. Nunca esse arremedo de vida escrota, passiva, rotineira, Besta, Banal e Babaca, que tentam nos enfiar goela a abaixo e impor olho adentro.

Existe um mundo lá fora, aqui dentro, encima, embaixo, claro, escuro, bom, mau,  em todas as direções e dimensões.

Seremos mochileiros no Capão e nas galáxias. O limite é o infinito. É não ter limites. Liberar o proibido e proibir o permitido. Só com fé em nós mesmos.

Próximo expresso parte em 22222, vamos viajar?

Vamos passar em Pasárgada. Lá temos o sol como rei. Numa breve parada em Shangri-La, buscaremos nossos Horizontes Perdidos. No Hades já passamos e nos harmonizamos com a nossa própria morte,  ilusão imposta com fé. Morreremos a cada novo dia, para como Fênix renascer renovado, transformados e impuros.

Agora perseguimos a verdadeira razão da vida, do ser ou não ser e sem nada ter, seguimos em nossa Quixotesca e infindável busca pela essência do nada 

Paramos no Posto da Boca, para reabastecer, porque a viagem será longa e ainda temos muitos lugares para conhecer e explorar, numa verdadeira exploesia de sonhos, desejos e ilusões.

No roteiro: Atlântida, Eldorado, Terra oca, Lugar fictício,  Armário de Davy Jones, Alba Longa, Jardim das Hespérides, Submundo, Camelot, Cidade dos Césares,  Atlântida, Neverland e quem sabe até os quintos do inferno. Não sei se dará tempo de visitar a casa do caralho, porque é muito longe.

Porra nós não sabemos ou conhecemos nada. A jornada será longa.

- Vamos nessa dar o primeiro passo?

- Qual a primeira parada?

- Jogue os dados e deixe o acaso nos levar ao ocaso de nossa ignorância, ilusões e medos.

 

  • Autor: Jessé Ojuara (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de Fevereiro de 2022 08:34
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7

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