Sou gota d’agua salgada neste verão de janeiro;
Dos meses foste o primeiro a transbordar com a saudade
Essa dor que me invade e faz da vida um desterro,
Neste sombrio chuvisqueiro meus olhos inundam a cidade,
Saudade de contemplar teu olhar meigo e gentil;
Naquelas tardes de abril em que as folhas varriam a calçada;
Ah... o soprar das folhas como doce enamorada num amor tão febril,
Também soprava em meus lábios um rodopio de palavras delicadas ;
Andávamos de mãos dadas
Pela alvorada desde a mais tenra infância,
Ela guiava meu caminhar com seu andar perfumado de exuberante fragrância,
Desde a sua partida não mais caminhei n’alvorada,
Vózinha amada, foste o sol da minha manhã
Foste o afã dos meus dias tão oscilantes
Foste a gigante lua e também constelação eu apenas uma estrela anã
Carente de tua atenção, luz tão cintilante
Nesta idade já sou colecionador de despedidas,
Estas incontáveis feridas que se ganha com o tempo,
E aprendi que no intento de lograr êxito são infindáveis as tentativas,
E que a assertiva é na realidade “momento” este cruel passatempo.
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