ESQUEÇA

ESQUEÇA

 

Esqueça que feriu meu coração

Esqueça que me conhecestes numa tarde de primavera verão

Esqueça!

Esqueça e vamos reinventar um novo tempo

Uma nova estação

 

Esqueça que me conhecestes no clarão da tua escuridão

Esqueça que me vistes no primeiro olhar em uma fotografia

Esqueça que ao me conhecer entregastes a tua melancolia

De renegar todo o amor que invadiu o teu coração

Em uma intensa ventania

 

Esqueça que me possuístes em tua cama

Que invadistes o teu pelo no meu, toda tua chama

Que declarastes naquele mesmo dia

Que o meu cheiro, a minha essência

Em todos os vãos das tuas paredes permanecia

 

Esqueça que fugiu, fingiu e mentiu

Esqueça que tivestes fraqueza

Esqueça que deitastes em minha cama de areia fina

Que eu era e ainda continuo sendo sua mais pura e doce sina

 

Esqueça que já tenhas me invadido

E assaltado cada partícula do meu corpo

Esqueça que tenhas explorado todos os meus contornos

Pele, carne, alma, vísceras

E todo o meu sexo em tua âncora

Gozando feito larvas de fogo  

 

Esqueça tudo que passou

Tudo que a mim e a ti amargurou

Esqueça!

 

Esqueça, e começaremos agora uma nova composição

Como se fosse assim um bolero, começar tudo do zero

Uma nova canção uma nova dança

Uma nova estação em partituras

Teu corpo e o meu em uma nova contradança

 

Só não esqueça jamais que desde aquele dia

Em tua mente tu já sabias

Que me pertencias!

Vlad Paganini

 

‘Esqueça tudo que aqui relatei, mas jamais esqueça que somos feitos de carne e osso, que temos sentimentos, que estamos vivos, e que renegar e esconder o que sentimos é atestado de óbito pra uma eterna vida amarga e sem sentido’

 

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