COMO UMA BORRASCA

... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol



Passaste como uma borrasca ferina
Que dilacera a recordação que chora
Da ilusão cheia de sofredora aurora
Triste sensação que o engano ensina

Ter-te e retirar-te, ó tão penosa sina
Que aperta o peito, inflama, demora
Na carência querer-te ainda te adora
No prosar te chamar tornou-se rotina

Amei, louvei, afeições que suponho
No pensamento os sussurros abrigo
E os silêncios na solidão cá ponho...

De minha alma tirar-te não consigo
A lembrança é espinho e falaz sonho
E a saudade suspira e sofre comigo...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20/11/2021, 15’15” – Araguari, MG

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

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