Epitáfio de um ano que está indo embora.
E em triste memória finda.
O que comemorar?
Fazer apologia à nababesca festa
Regada à comilança e bebedeiras, exibição
De grandeza à custa de muitos reais gastos à toa
Com fogos de artifício a espocar
Nas praias, Brasil afora ,
Enquanto 20 milhões
De brasileiros, nos grilhões
De tormenta e dissabores passam fome?
O quadro pintado
Neste ano de chumbo é infame:
Rastro de dor, misérias, pandemia ,
Tragédias, fome , que qual peste, se amontoa,
Destoa dos festejos que se apregoa,
Aponta o dedo na ferida aberta,
Sem eufemismo, mostra o real
Quadro de agruras e sofrimento,
Na quadra de um sonho irreal,
Uma pobre gente , entregue à inação
E pouco caso , envolta em tormento
Na malha de um consórcio
De infâmias e covardia,
Onde não há apenas um culpado,
Muitos vestem a roupa de crueis e escrotos,
Na bandalheira, cúmplices e sócios,
Biltres que têm no peito um coração
De pedra, ratos pestilentos de esgoto,
Incapazes de sentirem compaixão
À dor alheia , e zombam ainda,
De quem padece em agonia!
- Autor: Poeta (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 31 de dezembro de 2021 07:13
- Categoria: Sociopolítico
- Visualizações: 18
Comentários3
Sim, umas ano pra ser politicamente esquecido. E para fechar, um verme passeia , enquanto um Estado padece com as mazelas da chuva.
Abraços, mestre Jucklin Celestino Filho!
Concordo contigo nesta santa indignação! Como pode nosso povo ir para o matadouro sem se rebelar eu morrer de fome ,sede ou afogado...e não se rebelar. Vendo a queima( do dinheiro) dos fogos e a decoração das ruas e praias pergunto_ me: como podem esses políticos não enxergarem a estupidez de desperdiçar dinheiro vendo os pobres comendo restos de comida no lixo?! Que povo é esse,que morre calado?! Aplausos para teu poema. Feliz 2022 ( se puder)
Verdade amigo, precisamos de coragem e resistência.
2022 com muita luz.
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