Oliver Writers

01 - ÓDIO À FELICIDADE (Primeiro Casal)

01 - ÓDIO À FELICIDADE (Primeiro Casal)

 

Felicidade é para o covarde otimista,

Arrogante tolo prazeroso que goza nas alucinações.

Quando acaba, quer mais! Cadê o nihilista?

Será você, trouxa que não pensa e vive nos padrões?

 

Tirem os óculos iluminados, seus ímprobos,

Não seja um gado otário iludido.

Abram os olhos, seus escrotos mancebos,

Não me diga que felicidade é aquilo.

 

Digo a você: será a felicidade uma satisfação?

Um falso sentimento de alegria alienada na mente?

Acorde! Acorde, seu futre histrião!

Veja o que o olho vê, não seja um concupiscente.

 

Há chuva, há treva, há sombra!

Não siga o felizardo bastardo do coração.

Há tempestade, há raiva, há cobra!

Não se engane com a própria burra da emoção,

 

A escolha é sua, Sir Bonifrate,

Não venha com essas palavras imundas,

Com essa voz grasnadora de biscate,

Nem com as belas frases vagabundas.

 

Veja a sua vergonhosa beldade!

Chega! Já deu a sua idade.

Desespero, ansiedade e medo sem-sentido.

Não me venha zurzir com zurros que nem te ligo.

 

“A felicidade é algo maravilhoso como glória”

Lá vem com bônus de desgraça da angústia,

“Com a esperança, sonho e vitória”.

E ainda pior, lá vai à luz que existia.

 

As suas soberbas palavras de felicidade

Eu não acredito! Nem me fale desse indistinto!

Azucrinante esperançoso, veja a realidade!

Não cansa de ser um falso extrovertido?

 

Ainda quer continuar com esse positivismo tóxico?

Pare seu misólogo! Pare de ser nóxico!

Agora vou ser um réprobo valdevino pessimista?

Ou será que você é um boneco do “Insta”?

 

Não entendeu a ironia?

Oh, não! Tinha esquecido que não é cético.

Nega a razão? Viva feliz na eufórica utopia.

Será um crente cego? Não! É um patético.

 

Ser feliz é para quem acredita!

Quem tem fé na alma,

Aos corajosos que têm a calma.

Serei eu um hipócrita?

 

Para quem sabe ler e refletir,

Sabe o que é pensar em “existir”.

Sejam felizes, seus ignorantes!

Vivam as abéculas vidas frustrantes!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*NOTA:

Ímprobos: é o plural de ímprobo. O mesmo que: árduos, desonestos, difíceis, duros, maldosos, malvados, maus, perversos.

Mancebos: que ou aquele que está na juventude; pessoa que vive em mancebia, em concubinato; amásio.

Futre: do francês, froutre. Homem desprezível, vil. Pode, também, ser sinônimo de avarento.

Histrião: no antigo teatro romano, o histrione era o comediante que representava farsas. Designa o sujeito ridículo, farsante, palhaço ou charlatão.

Concupiscente: pessoa que tem desejo irrefreável pelo gozo. Luxurioso, lascivo. Essa ânsia pode ser por bens materiais ou pela posse sexual.

Bonifrate: boneco articulado e movido para representar cenas. Pessoa dócil que age comandada por outro.

Grasnar: voz desagradável, que grasna como o corvo ou o pato.

Soberbas: é o plural de soberba. Uma manifestação de orgulho, de pretensão, de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada.

Azucrinante: que causa aborrecimento; que tende a aborrecer e irritar; que azucrina; irritante.

Misólogo: quem tem aversão ao raciocínio, à lógica, à ciência. Do grego miséo – odiar + lógos – palavra, estudo.

Nóxio: nocivo.

Réprobo: que ou aquele que foi banido da sociedade; malvado, detestado, infame. Do latim, reprobu.

Valdevino: indivíduo sem ocupação, que não trabalha; vadio, vagabundo; quem leva vida desregrada, dissipador de seus bens; estroina, boêmio.

Abécula: pessoa desajeitada ou que se desorienta facilmente; aselha.

 

08.10.2021            Oliver Writers

  • Autor: Oliver Writers (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de Dezembro de 2021 15:15
  • Comentário do autor sobre o poema: Meu primeiro poema...
  • Categoria: Não classificado
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