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Dessa memória implacável sobrou o vício,
perseguido no espaço e no tempo desses desencontros.
Atropelado pelo hábito comum, ignorando esses desatinos,
segredado nos bares, nessas noites frias de abandono.
Somos a legítima farsa dessa vida banalizada,
desses filhos, mulheres, pais, nesse abandono desordenado.
Desiludidos nesse ácido tempo corrosivo, esmaecendo-nos,
sem esperança, famélicos nessa estrada, cicatrizando nossas feridas.
Dessa janela contemplamos novos tempos, novos horizontes.
Destituídos de certeza revigoramos nossas carências, nossos medos.
Novas emoções renascem entre embates. Essencial é viver!
Maquinalmente caminhamos nessa estrada, com olhares incertos.
Embriagados nesse vício de solidão, soterrados nessa irracionalidade,
nessa fome de comida e amor, prosseguimos em nossos vícios,
vícios de carências sistemática, reinventando sonhos,
ruminando incertezas nesses tempos novos, somos náufragos.
Vem essa vida de esperanças acercar-se dessa gente, nesses dias.
Inunda nossos corpos necessitados de calor, de ternura, de afagos.
Basta dessas carências, desses silêncios, dessa submissão ao frio.
Queremos subverter esse mundo de desamores nessa nossa existência.
- Autor: JTNery (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de dezembro de 2021 07:06
- Comentário do autor sobre o poema: Basta dessas carências, desses silêncios, dessa submissão ao frio.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
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