Me sinto abandonada deixada de lado, esquecida
me senti assim por muito tempo, esse sentimento de estar invisivel na história da vida, de ser apagada como um simples nada
fui abandonada, fui deixada de lado, fui esquecida e apagada por mim mesma, porque hoje vejo que ninguém me abandonou além de meu própio ser
eu esqueci de mim e isso acabou comigo, até que eu fui lá e me achei, as vezes pensei que ninguém via minha dor, mas a única pessoa que a renegava era eu mesma
reneguei por muito tempo porque aceita-la significava senti-la, mas não funciona assim, eu a senti cem vezes mais forte, meu desejo de não estar sentindo fazia eu me consumir no fingindo
me fez colapsar em meu própio caos, fingir não adianta, isso não diminui a dor, eu colapsei e senti cada arteria do meu corpo estourar
enquanto meu sangue se misturava com minhas entranhas e parte dele vazava por meu corpo, eu vi
eu me vi em cada particula vermelha sendo despejada no chão, pedindo socorro para meu corpo pendindo perdão a meu ser não mais são
eu me perdoei por fugir de mim mesma, me perdoei por fingir e por não querer mais sentir, porque eu tenho esse poder de ser meu própio juri
tenho o poder de decidir que mereço perdão que mereço me amar sem condição, que mereço ser lembrada e que não sou um mero nada
talvez eu nunca seja lembrada, mas garanto que marquei aqueles que toquei nem que com meras palavras
eu escrevo a dor que senti o perdão que me consedi e letras que definem meu errar e acertar, eu deixo esse buraco escancarado para que aqueles que sentirem possam ver, possam me ler, para que olhem minhas entranhas com partes costuradas e vejam que sobrevivemos
sobrevivemos desde um arranhão a um quebrar de ossos, sobrevivemos, é isso que importa
A diferença entre mim e os outros é que não finjo que não doeu, não finjo que não deixou cicatrizes, e nem fnjo que não as tenho
não tenho mais medo disso, eu mostro que sobrevivi porque quando vemos pessoas "inteiras" e perfeitas pensammos então que não deveriamos suportar arranhões ou conviver com pedaços remendados
podemos rasgar, mas podemos também nos costurar, podemos nos perder, mas podemos também nos achar, podemos nos renegar, mas também podemos nos aceitar, podemos nos odiar por sentir, mas podemos também nos amar por faze-lo
-a todos aqueles capazes
- Autor: mars ( Offline)
- Publicado: 14 de dezembro de 2021 22:06
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 17
Comentários1
Um comovente e bonito relato de si mesma. Expondo as suas verdades e consequências. Assumindo suas dores e falhas de cara limpa. Muito bom mesmo!
Abraços!
Obrigada!!
Abraços
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.