JUDAS

Jucklin Celestino Filho

 

Joguei a tinta na tinta,

E de tinta em tinta,

A bagaça

Por pirraça

Na ribanceira afunda!

Se pinta

Que nem as trinta

Moedas de prata

Que o nó não desata ,

E tudo arregaça

Na barafunda,

Oh desgraça !

 

Quem ficou freguês

Da mamata?

Não fecha a conta exata!

Haja Judas

Pra encontrarem

O Cristo Jesus

E o traírem com as trinta

Moedas, e selarem

O pacto com um beijo,

E o desejo

De mais uma vez

O pregarem na cruz.

 

Dividam o bolo

Na triliça

Da entreliça

Nesse rolo,

No tró-ló-ló

De tantos espertos;

Dividam o bolo

Com os notórios

Rematados sacripantas

Tão malandros e sabiidórios

Que espanta

Até defuntos,

Por certo,

Desconserta os pés juntos.

 

Na verdade ,

0s inocentes úteis tecem

Bobagens tantas ao apoiarem

Algo que não sabem da missa

A metade

Enquanto os Judas

Rezam no oratório ,

O diretório

Da usura e gulodice ,

E na sabujice

Outros os apoiam,

E agradecem o butim,

Onde também se lambuzam

No ignóbil festim,

E isso ajuda

A mais se enrolarem

Tantos tolos

Que não conhecem

Do credo a missa!

 

 

 

 

 
 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de dezembro de 2021 07:02
  • Categoria: sociopolitico
  • Visualizações: 27
Comentários +

Comentários1

  • Hébron

    Brilhante poema!
    Muito bom, com interessante estilo e ótima crítica.
    Abraço, meu amigo



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.