Liberto
Parado no meio do caminho
Eu o avistei...
Avistei aquele tenebroso vulto
E lá estávamos, ele e eu
Quase morri, quase...!
Dei pequenos passos, um a um
Uma respiração ofegante... cansada...
E de repente, eu me deparei...
Com aquela criatura...
Ora não podia ser eu
Tão desfalecido, tão enfadonho
Mas era, e como era...
Aquela face abatida...
Com face disforme, sem dúvida era eu..
Mas não, o eu de agora
Mas sim, o de antes, o miserável
Deixado a própria sorte...
O que vivia das migalhas
O que pedia a morte, ao invés de sorte
Aquele que todos tinha medo...
Aquele que era sujo, o marginal, o batido
Aquele que fora punido, por ser apenas ele
Aquele fora dos padrões.... eles disseram...
Aquele o qual o diabo amaldiçoou
Aquele que a sina, só poderia ser a morte
Aquele morto em vida...
Como pudera, eu te esquecer...
Te guardei dentro de um armário...
Fechado à sete chaves...
Guardado, como quem não pudera sair
Assim, eu fiz contigo...
Oh, eu do passado...
Não te guardei na memória...
Pois ser você, não é motivo de glória
Pelo contrário, é motivo de mudança
Mudança, foi isto que me tirou de dentro de ti
Não foi fácil, eu estava morto, apenas morto
Pois eu morria cada vez, que eu vivia
Agora liberto de te
Posso ser eu, não apenas eu
Posso viver como dantes quis
Posso sonhar, sem medo
Posso ser aquilo que fora oprimido dentro de ti
Posso ir além, antes de tudo...
Agora, eu posso e como posso
Pois dei a mim, a liberdade
Que um dia tu, me roubas-te.
Vilmara Brito
- Autor: Vilmara Brito ( Offline)
- Publicado: 25 de novembro de 2021 19:33
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
Comentários3
As vezes sentimentos confusos nos aprisiona em bolhas do mal. O importante que houve um desfecho feliz e nossa heróina se libertou.
Abraços a poeta Vilmara Brito, e seja bem-vinda em Nosso Lado Poético.
Que bom que conseguiu superar os problemas. Boa tarde! ???
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