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Fluis em mim, renascendo, nesse amor delicado.
Obscuros desejos do meu pensamento extravasante,
nesses momentos ternos, nessa contemplatividade,
nesse lento amanhecer cheio de medo, nessa busca.
Das sombras prematuramente soturnas, soturno,
feroz relampejo do teu perfume, abrasando-me.
Imagens refletidas na penumbra dessa noite terna.
Vazio nessa ausência, prumo aniquilado, melancólico.
Morro nas profundezas desse ácido corrosivo.
Involuntário despertar dos meus escombros.
Fragmentos silenciosos se acercam nessa carência,
destituído de confidências nessa cena insípida, vago.
Louco, nessa loucura destoante, espantosa solidão, se acerca.
Flutuo incerto, alucinado, nesses despeitos, padeço,
vislumbrando tua chegada, espreitando meus desejos plenos.
Essa tua sensualidade penetrante arrefece meus desejos.
Já não quero os arremedos de outras noites insípidas.
Disseminam por aqui meus desejos entre sonhos.
Dá-me tua boca, derrama tua seiva em meu peito,
nessas sombras, nesse abandono desordenado, em deleite.
Dorme, sonha, esquece outros tempos, entre suspiros,
desatando desventuras, descansa nesse atalho, nesse frescor.
Pressinto revelações nessa entrega repentina, nesse encontro.
Teus seios sucumbem singelamente nesse quarto entre segredos.
Vem comigo entre os suspiros dos ventos, nessa noite fria,
descobrindo as imperfeições dos nossos dias de outrora,
cruzando esses mares de coisas perigosas nesses desvarios,
projetando novos tempos nesse novo caminho...
- Autor: JTNery (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 24 de novembro de 2021 07:04
- Comentário do autor sobre o poema: confidências entre lembranças
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
Comentários1
O poeta asselhs_ se a um náufrago,querendo das águas da angústia se safar. Deu bem o recado de uma alma estrangulada. Chapéu!
Obrigado
Um abraço
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