Eu sinto teu ser,
Invadir minhas retinas,
Circular pelo meu sangue,
E tirar de mim a alma e o espírito…
Sinto teu ser,
Fazer do meu choro a chuva,
Fazer do meu riso a Lua,
Fazer de mim avulso de toda forma,
De toda dimensão,
De todo plano,
Para que enfim eu me encontre preso ao seu eu,
Para que enfim eu me encontre sendo nós em um só corpo.
Quando o amor secar nossa sede,
Seremos a fonte de toda paixão que por desventura não puderam ser,
Quando o fim nos chamar para dançar a dança dos pontos finais,
Dançaremos a dança dos astros em movimento constante,
Quando o sol for a sua luz,
Olharei para ele até queimar os olhos,
Quando o “eu te amo” for sinônimo de serenidade,
Te amarei em desespero.
Então,
Que a noite se derrame em nossos olhares,
E que o dia nos afogue ao ponto de nos dar a resposta de que….
Se for amor,
Que a morte nos encontre já,
Pois sei que o amor não cabe em palavras,
E o que temos,
Me faz ranger os dentes de prazer,
Tem linhas impossíveis de prever,
Não é de se ver,
De se sentir,
De se beber….
O que temos,
Perfuma a garganta,
Cala os ouvidos,
Rasga o peito e a pele por inteiro,
Adoça o amargor do adeus,
Tempera o sabor,
E toma a fome,
Toma a carne,
A costela e os ossos,
O que temos é mais do que amor,
É demais,
Demais para te escrever.
- Autor: Pedro Castro ( Offline)
- Publicado: 20 de novembro de 2021 09:13
- Categoria: Amor
- Visualizações: 10
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Comentários1
Que belo poema! Dentro de uma narrativa poética impecável.
Abraços, Pedro Castro!
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