A carta do corXnga

Rhanyel Rodrigues

Eis-me aqui em domicílio, um ET vestido de astronauta, me sinto fora da Terra.

De quarentena? Não parece real que do rádio amador me convocaram pra guerra.

Em riviera fecharam as portas pro mar, sem Cabral, e agora sem mar e sem avistar a terra.

E sem fome. Pois me enoja a ânsia que domina o corpo e o fone.

Já escutei Rock, Mpb, Punk, Bach, Mozart e nem mais Hot e Oreia me tira do sério.

Já era de se esperar, que sem o clássico apocalipse eu morreria é de tédio…

 

Talvez agora adiantaria escrever, quando o “ouvinte” procura sentido no que não tem.

Quando em busca do inútil, faz refletir oque é cego.

Um deficiente em frente o espelho talvez não se sinta tão velho.

Um surdo mudo, que não vê, não ouve oque é penta. Mas sente quando erra o prego.

 

Mas bom, com o pouco que resta do mundo, junto minhas coisas..

Um treco, um bipt, um bopti e o “bum” é um vírus que nao enxergo.

Um idoso desses em quadro grave na parede eu não prego.

Lavo minhas mãos.. “Eu que não fui.”

Corre uma notícia no sangue: “Não sei quem trouxe o vírus, mas ser vítima, eu que não quero.”

Mesmo assim contagiou. De quem mais vai ser a culpa?

  #stayhome#coronavirus
  • Autor: Rhanyel Rodrigues (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de março de 2020 23:15
  • Comentário do autor sobre o poema: No universo dos jogos o Coringa ou Joker, na língua inglesa, representa uma das cartas do baralho sem indicação numérica e, por isso, pode indicar o zero ou qualquer carta, aquela que pode substituir qualquer outra do baralho, caraterizando-se, portanto, pela sua neutralidade.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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