A melancolia do poeta se transforma, quando a noite já não se é tão mais escura, quando o céu tem um pouco de cor. 

Quando a certeza não corrói mais as tuas veias. Quando tudo faz-te duvidar, a melancolia bonita virou dor de cabeça. 

Nada é tão mais triste, mas será que você merece esse amor todo? Ou será que você é só mais um caracol neste círculo sem fim. Estaria eu te cercando de sal? estaria eu te impedindo de ver o mundo?

Meu amor eu te esperarei até o meu último dia pois tenho certeza que seu carinho é dádiva. 

E tudo que plantou no meu peito continuará crescendo todo santo dia, um depois do outro, até que meu ciclo se feche. Até que você se esvaísse de mim. 

Aí eu terei de você, meu muro. Que como cita André Aciman “Se eu ficasse olhando para este muro durante uma hora, estaria com ele durante uma hora. Se eu falasse com este muro, ele responderia.” 

Então eu clamo, minha cativante raposa. Me encontre depois dos seus 40 anos e eu não vou me importar de ter estado sempre morta por dentro na tentativa contínua de preencher o seu vazio. 

Me encontre depois dos seus anos dourados e me encha com vida. 

Vá, mas prometa voltar. Pois dia após dias, sentarei e clamarei à tua vinda. Outra vez, meu amor.

-pepoetry.