NATURALIDADE

Antonio Aurelio Felix

NATURALIDADE

 

Eu sou conterraneo

Do poeta Patativa do assaré

E do cantador Cego Aderaldo

pra você que perguntou

Vai um recado

Você quer saber quem eu sou

De onde vim e para onde vou.

 

Eu sou Cearense

das terras dos Inhamuns

Nao queira você e nem pense

Que eu tenho medo algum.

Eu j´a pisei em rastro de cobra

E tirei couro de lobisomem

Eu sou vara que ninquém dobra

E carne que ninquém come.

 

Nasci no pé da serra

Me criei no tabuleiro

Sou forte como esta terra

Iqualsinho ao marmeleiro.

Quando pensam que já morri

Eu renasço por inteiro

Eu também sobreviví

Ao forte braseiro.

 

Sou como a aroeira

Casca grossa que só baraúna

Tenho o cheiro da cantigueira

E a beleza de um grauna.

Carrego a sombra do juazeiro

E canto da siriema

Apaixonado que só um vaqueiro

pela bwlwza de uma morena.

 

Trago o espinho da macambira

Encravado dentro de mim

Comi o fruto da quipá

para nãovô meu fim.

com a corda de caroá

Armei a minha rede

Bebí agua de mandacarú

Para não morrer de sede.

 

Sou ofilhp.a mãe e pai

carregado de lembranças

Para aonde a gente vai

Sem perder a esperança.

Por isso não me pergunte

Nesta vida quem eu sou

Não importa de onde eu vim

O importante é saber para eu vou.

 

O futuro a Deus pertence

Nãoqueira adivinhar

Quem luta um dia vence

O mais importante, é me respeitar.

 

 

 

 

 

  • Autor: O Gordo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de maio de 2020 11:43
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 12


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.