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Há uma calma que me absorve insistentemente.
Também recordações, sem faces, nessas sombras.
Parece sonho, sonhado nessa madrugada, nessa calma.
Madrugada fria ensimesmando-me, nesse universo.
O mundo se tornou pequeno nessa quietude,
esgotando-me nessa tarde cinzenta, desmedida.
O tempo adormeceu nessas recordações, nesses versos frágeis,
nesse contínuo pensar entre labirintos, entre lembranças.
Já não sou tão frágil como outrora, só tenho as mãos cansadas.
Uma vez conheci um pouco de amor, um amor espasmódico.
Destituído de senso, uma ferida aberta, desmedida, evasiva.
Um amor que me trouxe um calor agradável, entre lágrimas.
Amor que se esvai entre recordações, nessas lágrimas de outono.
Amor intempestivo, amor passageiro, ainda assim amor.
Parece um sonho que esses amores vão e vem, autômatos,
trazendo esperanças, deixando esse ar cheio de rumores.
Essa calma que me absorve é feita de desilusões.
Uma relutância por amar outra vez, entre amores mortos,
diante dessa chuva efêmera, diante dessa vida esma,
um amor que absorve todos os desejos desse amar sereno.
Nessa madrugada fria, resta minhas recordações dessa beleza pálida,
que embala meus dias e minhas noites, nesse silencio tumultuoso,
nessa nostalgia, nessas saudades desses lábios, desse ardor incontrolável.
O mundo ficou pequeno nessas incertezas, nessa escuridão, nessa lua cheia.
- Autor: JTNery (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 3 de outubro de 2021 12:39
- Comentário do autor sobre o poema: Contemplação ao amor.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
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