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Ontem foi um dia perfeito. Mas não creio em dias perfeitos.
Se acreditar num dia perfeito,
encerro nele a possibilidade do outro ser bem melhor ou não.
Creio em dias diferentes, impreexpresurealistas e só.
Não dá para comparar, pois em cada dia meu esforço é focado em me surpreender e lhe encantar. Um carinho, uma massagem, um rebolar de língua, um dedo explorador, um beijo bem molhado, como devem ser os beijos, um presente, um prato autoral, uma nova poesia ou simplesmente nada fazer e só lhe olhar. Mas um olhar diferente. Um olhar que desnuda minha alma e penetra no seu ser. Sem ter pretensão de dominar, só quero me mostrar e lhe conhecer.
Fujo da mesmice da rotina, da novela repetida, de revisitar o mesmo lugar.
Tenho desejo de inventar e reinventar. Pintar novas aquarelas ou as antigas com novas cores.
A vida repetida é monótona. Todo dia a mesma coisa. Um ritual de morte em vida.
Quero voltar por outro caminho. Descer o monte que não subi. Molhar a água, queimar o fogo, soprar o vento, despir a minha própria nudez e lhe amar, amar a cada dia, como se fosse o primeiro ou quem sabe o último.
Sonho em ver o por do sol pela manhã e o nascer junto com a lua. Um dia repleto de estrelas, uma noite ensolarada, uma madrugada acordado, um café da manhã a tardinha, um dia interminável de amor e quando não tiver mais nada para fazer, não fazer nada. Só deitar e dormir, abraçados de conchinha e se alguém acordar, aí começamos tudo de novo, de novo, de novo, de no...
Desejo mirar no seu olhar a alegre surpresa de uma nova loucura, feita só pelo prazer de lhe encantar e enquanto houver encanto, seguiremos juntos, sem brigas ou prantos. Ávidos de vida, mesmo conscientes da morte, que buscamos no ato de matar a nós mesmos, reinventando nus, a cada novo dia.
E hoje como será? Para sempre hoje. Pois ao se encerrar, já foi e não voltará. Pode até deixar saudades, lembranças, sentimentos e muitas imagens. Mas amanhã, com um novo dia, despertarão novos sonhos, desejos, viagens, descobertas ou simplesmente nada.
Rituais, teremos só alguns poucos: Como o do chá da noite e visitar a Maria e Joana.
Rotinas quase nenhuma ou nos matarão e condenarão ao poço fundo da escravidão do tempo, da idiotice da outra banda da maçã, do dois em um. Somos únicos, singulares, plurais, muitos, juntos ou separados.
Nos permitimos viver de forma diferente. Sem rótulos, preconceitos hipócritas, teatralidades sociais e podres convenções.
Por tudo isso Kessil, te amo tanto e cada vez mais, e mais, e mais e m....
- Autor: Jessé Ojuara (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 3 de outubro de 2021 08:41
- Categoria: Amor
- Visualizações: 5
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