JuliaRuivo

Paixão é algo monossílabico.

Quando você conhece alguém, você só vê o que ela quer que você veja.

Você não vê pelo quê ela passou, não vê os planos e muito menos o que ela sente e sentiu.

Você se apaixona pela película que aparece daquela pessoa para você.

Mas a fundo... Ah, aí você descobre coisas que as vezes nem queria.

Descobre que ela tem gostos que contradizem com os seus, que os planos dela são opostos e as idelogias dela não batem com as suas.

Essa pessoa tem uma família diferente da sua, tem amigos, conhecidos, hábitos com eles e histórias.

Há muita coisa na vida dela que foi usada para construir essa pessoa que ela é hoje. Ora a melhor pessoa do mundo, ora a pior.

Aí você decide. Se fica ou se vai. Você se apega à essa pessoa tão singular, e até esquece as contradições e a ama com todo coração e alma.

Mas, chega um momento em que os tijolos, aqueles que foram usados mais cedo, começam a desabar e tudo o que essa pessoa era antes de você, vem à tona e ela "volta" entre muitas aspas, a ser o que ela era.

Tudo se esfria.

As madrugadas que antes eram aquecidas com o calor dos assuntos inacabados, acavam se tornando noites escuras.

Com monossílabos acabados em uma curta conversa.

Você mergulhou tanto no que a pessoa é, que esqueceu de emergir e navegar só em você.

Você pensou tanto nela que esqueceu de pensar em você.

Você fez dos planos dela, os seus.

E quando tudo acaba, a única coias que sobra é aquela banda legal que ela te mostrou no início de tudo, onde as coisas pareciam diferentes.

13/08/2017

  • Autor: JuliaRuivo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de Outubro de 2021 20:37
  • Comentário do autor sobre o poema: Sensação do meu primeiro amor.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 13

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