Deise Zandoná Flores

Encalço

Ao pé do monte, sentam, desgarrados
aqueles que, da terra, já desistem.
Arfam o fôlego deveras necessário
à empresa de abandonar planícies. 

Toda procela engendra grandes males
em nobres peitos de áurea bravura.
É todo anúncio o chilrear das aves,
ode à coragem, em viva escultura. 

Tantas cabanas gestam almas solitárias.
Quanto mais precária a vida nas planícies, 
tanto mais sobem, tocadas pelas nuvens.
Aos céus agrada sublime formosura! 

Mas eis que o burro de Sileno ainda zurra.
E a veste cerúlea da alma enobrecida
vê-se envolta na verdade sinistra e crua:
o zurro das planícies alcança terríveis alturas!

  • Autor: Deise Zandoná Flores (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de Outubro de 2021 19:51
  • Comentário do autor sobre o poema: Este poema integra o livro: "A PROGÊNIE DA NOITE", disponível nos formatos impresso e e-book, na Amazon, editora Clube de Autores, demais livrarias e plataformas.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 14


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