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Uma aragem despertou-me desses sonhos!
Quase imperceptível esvoaçava teus cabelos,
naquele campo, cheio de sombras, esse vento.
Talvez já não tenha esse regaço para deitar-me.
O tempo passou entre crepúsculo, entre desejos.
Silencioso esse tempo, mansa melancolia,
nesse fim de dia, noite entrante, vagos rumores,
pairando em mim sentimentos indecifráveis...
Veio essa desolação, sucumbi sem teu consolo.
Deixaste-me ermo entre suores e infortúnios.
Esse teu meigo olhar me desnudava sempre.
Não sei por onde ir nessa estrada, nesse dia.
Tantos mistérios, tantos passos oscilantes!
Não ouso buscar-te nesses atropelos, nessa dor.
O que ficou foi teu perfume exalando,
na varanda da minha casa desolada.
Outra vez a distância, outra vez o tédio!
O tempo passando sorrateiramente, brandamente.
Novamente as lembranças desse cenário triste.
Meus sonhos, minhas cismas, afrontando-me.
Já é hora de seguir meus passos, sem teus beijos,
sem cantigas ou folguedos, refazer poemas,
buscando novos beijos, novo alento nessa vida.
Aqui ficaram as lembranças de outrora, nessa aragem.
- Autor: JTNery (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 27 de setembro de 2021 20:25
- Comentário do autor sobre o poema: as despedidas sempre deixam vazios.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
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