Abel Ribeiro

A descoberta do meu tempo


Aviso de ausência de Abel Ribeiro
NO

Passei a conhecer meu corpo e meu tempo com o passar do tempo. Comecei a perceber que minha produtividade é mais diurna e por excelência matinal. No período de tempo vespertino produzo menos que o noturno, este que é de primeira meu tempo de maior inspiração, lugar onde residem minhas poesias, memorias, contos e por ai criação.

É claro que isso não é um esquema, esse texto nasceu pela manhã de uma quinta feira, ou seja, não é uma regra. Sabemos que a necessidade muitas vezes inverte tudo e os objetivos nos movem como lobos na madrugada. Sei também que há limite em tudo e em se tratando da máquina humana não é diferente.

O tempo do corpo é diferente do tempo da mente e os dois são diferentes do tempo da sociedade. Vivemos numa combinações de tempos que nos liberta ou nos aprisiona. Vive mais quem aproveita o tempo positivamente, a festa, a celebração, a arte, a contemplação. A habilidade de saber usar o tempo para ser feliz não é um imperativo. Poucos sabem seu tempo e o quanto ele nos ordena ou destrói com a força do trabalho e a força do dinheiro.

Tempo é dinheiro, tempo é lazer, tempo é paixão, tempo é celebração, tempo é saúde, tempo é criação, tempo é sabedoria, tempo é libertação.

Suas horas não são só suas, suas horas são vigiadas. Suas horas são salários, suas horas calculadas e fragmentadas. Quem compra o seu tempo, compra também seus sonhos quando tudo é feito no cálculo do tempo.

É porque ele é riqueza, é poder, é beleza e prazer. O tempo do dia e da noite se faz e se cria. Aí reside nossa libertação, somos escravos do tempo, do tempo material da vida, e já faz tempo que “não tenho tempo”.

E ele nem se confunde com Deus, mas Deus nele surgiu e tudo emergiu nesse momento, em que o tempo do homem por ele criado é o tempo da vida lhe foi roubado para gerar um valor que lhe foi dado.

Trabalho, tripalium

Me ralho e me vigio  

Encontrei um atalho

No qual me confio

Que o tempo pode ser

Inventado, reinventado...

Um dia quando eu morrer

Meu tempo será lembrado

Para a memória sair da prisão

Essa que rouba nosso tempo de libertação

  • Autor: Abel (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de Setembro de 2021 08:27
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8


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