Marçal de Oliveira Huoya

Nos Dedos

Em noites
De caça
As vezes ela joga
As vezes ela passa
Escolhe o que lhe agrada
Recusa o que lhe entedia
Tem até a madrugada
Para não voltar com as mãos vazias
Com olhar entretido e o semblante curioso
Escolhe sua presa, o seu predador
Pela beleza e pelo vigor
Pela intenção do gozo
Não quer correr perigo
Não quer que seja amor
A boca é vermelha
Perfeita a sobrancelha
Sinais verdes pro aceno
Como uma brasa, uma centelha
Um espelho obsceno
Onde a malícia se espelha
Vai ser o tímido ou o corajoso
O que lhe tirar pra dançar
Não tem que ser maravilhoso
Ela é quem quer aproveitar
Se ela quer, ele deseja
Agora animados
O beijo com gosto de cerveja
Ele apaga o cigarro
Paga a conta e liga o carro
Ela lhe beija, sabe que nada é seguro
A noite é um tiro no escuro
O galo que dorme cedo
O estranho que lhe dá medo
Rápidos e desapontadores narcisos
Que prometiam o paraíso
Os objetos, raros e inquietos
Os brinquedos ideais

Nem ele acabou, ela já se endireitou
E ainda quer mais
Obedece a sua alma feminina
Que escolhe e que determina
O que lhe satisfaz
De manhã bem cedo
Assim que o sol acordar
Já serão outros segredos
De todos que contou nos dedos
Até o amor cansar de contar...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de Agosto de 2021 17:38
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 16


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