A(mar)-te

Encarnada revolta arquétipa
Selada em parabolas capilares
Dos males aos bens,com todas as estéticas
Para ser dos amores,o mais estelar

No lado imoral,imortal do romance
Um lance,um transe,um dance
Com o diabo,o pecado,a sorte
De conhecer a revolta antes da morte

Em forma de pele,de veste,de prece
Para mais um desses dias breves
De sexo leve,de brisa célebre
Dos nossos respirares mais inertes

Dos dias que acreditei na tua vida
Mais do que na minha
Te fiz a sina de ser infinita

Mas,meu bem,enquanto fostes
Esse bem,nada além dos meus amores
Dei-te,talvez,além de minhas dores

Que chorei,no teu colo à noite
Ou falei até não ter mais o doce
Das tuas palavras no escuro sobre
Nossas cabeças de meros atores

Que chorastes,no meu peito à tarde
Quando ninguém queria mais saber
Além de mim,de você
Depois do café,do viver,do prazer

Quando ri e te gravei
Nas minhas faculdades mentais
Mais graves,mais reais

Quando ristes,sem querer
Soluçando tuas gravidades
Em meus átomos de dor graves

Pois te achei no mar,e lá gostei
Mais do que as outras vezes
De ficar no fundo marinho
Pensando no amor,no teu riso

E você sabe melhor do que ninguém
Do que o oceano é capaz de guardar
Guardou nosso amar,até nosso odiar
E nos levou também

Para outros mares
Outros amares.