Tardio

Marçal de Oliveira Huoya

Tímido, feito uma avestruz,
Tremendo nas bases,
Caindo uma fase,
Lâmpadas à meia luz,
Pé no freio,
Com muito receio,
Sentindo calor,
Sentindo frio,
A Alma sentindo um arrepio,
Temendo a segurança,
Se encolhendo feito criança,
Em frente a um astro de intensa gravidade,
Transformando todo o mar,
Numa estranha maré,
Um oceano de dubiedades,
Ondas de mal me quer,
E bem me quer,

Temeridades,
Quer se chegar,
Mas como é que é?
Estranho comportamento,
Para quem já tinha perdido a inocência,
No final da adolescência,
Preparado pras armadilhas do tempo,
Controlado a impaciência,
Estranha situação,
Para quem namorava o furacão,
Bordejando, roçando a tormenta,
Querendo encontrar emoção,
Em meio a tempestades violentas,
Buscando a chuva de encontro ao rosto,
Chorando pingos com o maior gosto,
Quem sabe esta tardia timidez,
Possa ter alguma explicação,
Fazer do silêncio, comunicação,
A proteção de seu amor talvez,
Um guarda chuva por sobre ela,
Segredo que um amor nunca revela,
Talvez esteja querendo adiar o não,
Não para evitar o sofrimento,
Não, não por isso,
Já tem antídoto para este feitiço,
Mas por querer prolongar esse momento,
Choque de trezentos joules no coração,
Pois ele quer segurar a sua mão,
Quer transmitir seu sentimento,
Ele quer te ver bem lá dentro,
Misturar corpo, alma e tesão,
E se por acaso não for assim,
Deixa pra lá, não faz mal não,
O poema pode chegar ao fim,
Mas esse amor não acaba não...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de agosto de 2021 20:13
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 27
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