Precisamos, desesperadamente, de amor
O mundo caminha em direção ao caos, ao egoísmo incontrolável, onde erramos (e ah, como erramos!), mas para cada um de nossos erros encontramos uma justificativa muito bem elaborada, incontestável. Só que ai de quem errar conosco. Não há perdão quando o tropeço não vem de nossos pés. Somos implacáveis e damos o veredicto com sangue nos olhos: culpado!
Amor é só pra quem consideramos merecedor e com nosso infalível senso de humanidade, conseguimos descobrir com precisão quem presta e quem não presta, quem merece e quem não merece. Pois no âmago do nosso ser, habita uma perspicácia clarividente, responsável por, tantas vezes termos dito a frase "não fui com a cara de fulano", sem fulano sequer ter respirado ao nosso lado. Pois somos especiais, mais que os outros.
Nos sentimos poderosos, com nossas línguas afiadas, nossa personalidade forte e altiva. Gostamos de nos gabar de como somos pessoas ruins, de pavio curto, que não levam desaforo pra casa. Quando na verdade, levamos, sim. Quantas e quantas vezes não abaixamos a cabeça por aí? Quantas vezes não deitamos a noite com a raiva consumindo nosso descanso, por termos levado a pior em uma discussão? Mas essa parte as pessoas não podem saber. Nossas fraquezas, jogamos no fundo do buraco que nosso coração é. O que chega à superfície, é aquele Ego maquiado, de olhar profundo e voz firme, esbanjando confiança.
No fim, queremos amor, mas achamos um porre amar.
Nos esquecemos ou nunca tivemos a noção de que a vida só faz sentido quando renunciamos os nossos desejos mais vis, em prol dos sentimentos mais nobres. Só a partir desse esforço é que conseguimos ter a visão mais clara acerca de como realmente é o mundo e as pessoas que nos cercam.
Mas putz, é um porre amar.
- Autor: Lidia Lorena ( Offline)
- Publicado: 6 de julho de 2021 18:25
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 22
Comentários1
Um knockout na minha "perspicácia clarividente" ! Muito bom!
Muito obrigada, Dan! (se é que posso te chamar assim, kk).
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.