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Quando o meu coração começou a sentir amor por ela,
Ele se revestiu com uma armadura
E comprou também uma espada e um escudo,
Naquela antiga loja de penhor,
Antevendo uma futura desilusão,
Que fere com a ponta de seu punhal que é ela
E causa muita dor,
Porém o mal que o olhar penetrante dela
Causou à armadura, ao escudo e ao coração,
Perfurando-os na altura do peito
E atingindo o coração que ficou feito um vaso furado,
Vertendo água pelo furo,
Pois recolheu as lágrimas de um choro de dor
E de mágoa que nasceu com o desamor dela,
Que, distante e silenciosa, mandou aquecer, destemperar e cegar a espada
Que não podia cortar mais nem os caules das flores,
Então, com suas cores e seu perfume,
Amenizaram a dor de um coração triste,
Que vivia, até ser furado, em função de seu amor por ela
E na solidão mesmo ao lado dela;
Agora, ferido e solitário,
Abrigado no peito e vulnerável mesmo tendo o escudo e a armadura
E, querendo voltar ao tempo em que era são e não a tinha conhecido,
Tirou a armadura e a guardou num armário,
Junto com a espada inútil e o escuro perfurado
E, enraivecido com a desilusão que o invadiu,
Chorou novamente
E ela, que continuava ausente, distante e sem amor,
Com seus olhos que não enxergavam,
Só machucavam,
Riu da dor sentida por um coração que, ferido, ainda tinha amor por ela,
Mas ele sobreviveu mesmo chorando um rio de lágrimas
E ele se alegrou com as cores e o perfume das flores
E com um novo amor que amenizou a dor
Da ferida, da mágoa e da desilusão,
Então a solidão o deixou
E a ferida, que não era mortal, cicatrizou
E ela se foi.
- Autor: Toio Varuzza (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de julho de 2021 13:26
- Categoria: Amor
- Visualizações: 9
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