NO
As minhas palavras nascidas do meu coração enamorado
E amargurado,
Eram somente de amor por ela,
Mas entre a minha boca e os ouvidos dela,
Elas flutuaram e foram carregadas pelo vento,
Que fugia dela em direção às copas das árvores,
Mas ficavam agarradas às folhas,
Uma vez enegrecidas, secas e mortas, caíam na terra
E minhas palavras arrastavam-se pelo chão,
Já fracas pelo tempo e pela angústia
E morreram antes de chegar nela
E foram enterradas numa cova singela,
Sem cruz, retrato ou vela,
Cavada pelas mãos do meu coração,
Que sofria por sentir um grande amor por ela
E ela não o amava.
O vento na janela uiva e bate nela,
Mas sem as minhas palavras,
Que me conheciam por inteiro
E morreram muito antes de chegar nela
E sabiam do meu amor por ela
E só queriam dizer o que a minha alma queria dizer para ela,
Que estava muito distante das árvores, da terra e de mim,
As palavras, pobres palavras,
Antes de serem levadas pelo vento,
Foram ditadas pelo sentimento de amor,
Que o meu coração sentia por ela
E ela recusou a bela flor que eu queria dar para ela
E com a sua mão direita afastou a flor,
O meu amor, portanto,
Justificando a morte das palavras
E eu tanto chorei por elas e por ela,
Que meus olhos derreteram-se
Não podendo alcançá-la nem vê-la mais
E o meu amor por ela morreu de cansaço e sem esperança
Tentando chegar a ela
E vendo as palavras mortas
E foi enterrado ao lado das minhas palavras,
Que eram de amor por ela.
- Autor: Toio Varuzza (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 23 de junho de 2021 19:35
- Categoria: Amor
- Visualizações: 10
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.