Numa pequena cidade vive uma garotinha
De nada se alimenta
De nada necessita
Ao contrário do homem que a vigia
De tudo se alimenta
De tudo necessita
"Humanos não podem com outra raça se misturar" ditam aqueles que fingem não entender
O homem finge não ouvir
"Eu sou um monstro" a criança chora, quebrando-se interiormente
"Eles são!" Bravo, ele decide, finalmente
Com um machado em mãos, deu-os uma lição
"Não, não"! Era a voz doce da criatura, atraída pelo sangue que escorria pelo chão
Um, dois, três
Fora-se a cabeça
"Oh, Deus, eu te peço perdão!"
Cego de ódio por quem a machucava, não vira quando a criança ajoelhara, sedenta pela única coisa que já necessitara
Numa pequena cidade viveu uma garotinha
Cheia de rancor, amaldiçoou quem ousou ali pisar
Ao contrário do homem que a matou
Cheio de culpa, passa o dia a rezar
"Oh, Deus, eu sempre irei me culpar".
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