ESPERANDO ESPERANÇANDO

Silêncio...
Eu parei para ouvi-lo
Eu parei e todos pararam
E vejo apenas bocas mudas
De rostos cobertos
E olhares profundos. 
Olhos que perguntam
Olhares surpresos
Suspensos em interrogações 
De um silêncio que exclama
Pausado na preguiça 
De um relógio que não anda.
Bocas convulsivas
Balbuciam  uma mudez 
Invasiva
Ostensiva
E os corpos ostentam 
Pernas indecisas.
As horas são imprecisas
E a vida  caminha apressadamente
Para o subterrâneo.
Mas a esperança 
É  de  um tempo 
Milagrosamente pujante
Esperado
Esperançado
E que ele seja  
O senhor dos milagres!