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Túnel.

Agora vós conto a história do homem que foi ensinado a não amar.
Ainda criança sua mãe o fez jurar "nunca irá se apaixonar".
Ajoelhado em grãos de milho e com marcas de chicote nas costas, jurou, junto de seu sangue que o chão sujou.
Anos mais tarde, padre se tornou e somente aos céus seu coração quebrado entregou.
Não era sincero, mas um sorriso em seu rosto emoldurou, mostrando-o a cada fiel que em busca de seus ensinamentos o procurou.
Até que, criando túneis através de suas costelas, alcançando seu peito adormecido, com uma troca de olhares diante o confessionário, a promessa quebrou.
"Deus, eu falhei, desculpe-me!" dia após dia, por misericórdia suplicou.
O perdão jamais o alcançou.
Domado, mordido, arranhado e estrangulado.
Capturado entre os dentes, seus lábios foram sugados 
e seus dedos aos dele entrelaçados.
Sem notar quando a Deus abandonou, enfeitiçado, descobriu-se pelo diabo apaixonado.

  • Autor: Zero (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de Junho de 2021 00:01
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 18
  • Usuário favorito deste poema: KeySch.

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