MORFEU
No meu mais profundo sono morfeu
Reflete setembro através da vidraça
Setembro ainda frio, vento frio tarde fria
Infiltra pela frincha da janela
Frestas de luz que brilham em meu sono profundo
Meu corpo dorme entre folhas
Mergulhado em minha cama desnuda
Meu corpo nu despido toca no ar frio tua pele quente nua
Os meus olhos cerrados dançam dentro da tua imagem
Teu corpo habilmente me invade
Penetra encantado
Como os quem vem quase ao anoitecer
Sinos mensageiros
Badalam em perfeita harmonia
Enxergam teus olhos de ver
Penso ter adormecido nos braços de morfeu
Não sei se sonhei
Mas ao descerrar meus olhos lentamente
Percebo que estou em minha cama feita de ébano
Rodeado em conchas
Coroada de flores
Em pétalas ao vento, sono profundo
Naquela outrora
Saudoso setembro...
Estou só e brinco com a solidão
Bato minhas asas e danço vestido em minha fantasia
Não sei se sonhei...
Só sei que transmutei
Sensação imaterial do momento
Bati minhas asas e te encontrei
E no teu corpo aterrissei
Fecho meus olhos e oro...
Nuvens de vento te trazem em meus pensamentos
Como se estivesse envolvido por um Deus
Orfeu e Morfeu
Me pego ao relento...
Ainda setembro...
Ainda no meu mais profundo sono...
Ainda a vidraça...
Ainda o frio...
Ainda a janela entreaberta...
Escancarada em tua espera: aberta!
Meu corpo com ventos gélidos
Acariciam o meu cobertor desnudo
Acordam meu Orfeu
Aguardam a tua brasa
A despeito dos meus calafrios
Nos braços de morfeu sinto arrepios
Em meus sonhos desaguam o teu corpo no meu
Acordo num rompante
Em todos os teus mares e teus rios
Desperto ao sentir todo teu calor dentro da minha nascente
E renasço entre tuas pernas e no amar da tua serpente
Vlad Paganini
- Autor: Vlad Paganini (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 4 de maio de 2020 00:40
- Categoria: Amor
- Visualizações: 9
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