Sabrina Pegado

Corrosão

Queria eu deixar-me bailar a esmo
Pelos majestosos salões de meus desejos
Vultos oníricos, posto que interditos
Atados às curvas infindas da colossal serpente
Pérfido ofídio que em mim alojou sua peçonha
Em minha mente, minhas entranhas, minha essência!

 

Queria eu exaltar meu reflexo
Oco, vazio, vácuo infrutífero
O horrendo sibilar punge e arde
Rasgar, partir, ferir, destruir
Nada se vê e nada se sabe
Silenciosa é a mais lancinante flecha
Do singelo arsenal das angústias circulares

 

Queria eu deixar-me bailar a esmo
Pelos majestosos salões de meus desejos
Porém hoje titubeio
Formas lânguidas a recolher
O que sobrou de mim

 

  • Autor: Sabrina Pegado (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de Maio de 2021 01:26
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 8


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.