Ednei Pereira Rodrigues

Natureza íntima das coisas

Para proteger uma luz de vela contra o vento e a chuva

Friccione mansamente e toque de leve os flocos brancos que caem lentamente sobre a piscina em seu quintal

Congelada em cristais as paisagens próximas do cemitério

Não me pergunte de onde vêm nem para onde vão os elefantes alados que permanecem sobre a parte subterrânea de uma igreja

O alquimista e o eremita que nasceram perto de um estaleiro nunca pensaram que podiam se deslocar na água como os peixes

Com suas barbatanas fixas em seus pescoços onde eles colocam pedras preciosas de várias cores e aspectos diferentes

Você diz com discrepância mas nunca consegue provar nada do que ainda há de vir a ser

Desacostumado com as formigas que correm e se cortam sobre a mesa esta um frasco quebrado de perfume de amêndoas

As estrelas não conseguem dormir com o ruído da torneira pingando gotas de sangue das formigas que se esconderam dos fragmentos de vidro dentro da válvula de canalização

Elas não precisam mais observar atentamente o satélite da Terra que esta preso à anéis metálicos de ouro e prata e não pode mais dar voltas entre os planetas com um unicórnio azul

Não só os elefantes podem voar

Começa a chover brandamente, transparente e frágil e elas usam as nuvens como travesseiros, a neblina como um cobertor e os pirilampos que voam ao seu redor são abajures sem ponto fixo.

  • Autor: Ednei Pereira Rodrigues (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de Maio de 2021 10:10
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 11


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