maio

DONIZETT PEREIRA

E então chega maio, em que normalmente se comemora o trabalho, mas vai encontrar a maioria das pessoas sem trabalhar. Em compensação, a política e a economia darão bastante trabalho.

Maio em que se celebra a libertação dos escravos, que nunca se livraram dos grilhões, mas agora veem sua situação ser imitada por pessoas de todas as raças e credos, encarceradas por um vírus.

Maio das noivas, que não vão se casar, ou, se casarem, não terão festa, e se tiverem festa, será virtual. Talvez uma live.

Maio também comemora o dia da literatura, grande parceira nessa imersão intelectual forçada, e da língua portuguesa, tão maltratada antes e durante a pandemia. Comemora-se também o dia do parlamento, mas esse nem sei se deveria ser lembrado.

Maio das mães, que não poderão abraçar seus filhos em seu dia, que estão com coração apertado por causa do covid, temerosas, não por si, mas pelo destino de seus rebentos.

Mas essas sim, sabedoras do valor da harmonia, trazem consigo a delicadeza misturada com firmeza, o que molda o poder de manter em paz seus entes queridos, avivando com o conforto do carinho nos corações e a esperança de que o futuro nos reserva uma vida nova, lapidada em quarentena e estruturada nas mentes daqueles que não desistem, para florescer em escolhas cada vez melhores.

Se alguém tem alguma dúvida sobre como será nosso futuro, pergunte a uma mãe, é o melhor colo que existe.

E assim que junho nos aguarda, aposto nisso.

  • Autor: DONIZETT PEREIRA (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de maio de 2020 08:28
  • Categoria: Família
  • Visualizações: 11


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