Eu sou um verso que não te interessaria
Perdido em meio ao poema
Empoeirado, em um diário velho da livraria
Nascido de um rapsodo, trovador
Vate, que em meio ao caos
Descrevia
Se o mesmo faz um verso como eu
Um poeta de água doce seria?
Um mero reflexo existencial, mesclado
Com a sua fantasia
E se for eu ainda um rascunho
Feito quando sua mão ansiosa tremia?
Amassado, jogado, meio apagado
Talvez não fosse eu o resultado final, que o mesmo pretendia
Falha ou não, Belo ou não
Eu agora existia
Só que o devaneador me ignora
Sou o eu lírico do qual ele fugia
Naquele dia todo de chuva
Seguido da madrugada fria
Não fui rico o bastante pra ser cantado
Por amantes da arte escrita da magia
Tampouco canto memorável
Que um miserável amaria
Sou só mais uma rima pobre
Porém complexa, eu diria
Aquela poesia que não leria
E mesmo que se por acaso lesse
Dificilmente dicifraria
Eu sou um verso vazio, um Rio
que você não entenderia.
- Autor: Renegado (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 1 de Maio de 2020 02:06
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários1
Contrariando o primeiro verso, achei interessante sua ideia. A poesia meio que ganhou vida própria e nem o poeta conseguiu conter ela.
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