Danilo C. Bussolar

Grilhões Despedaçados

Como um êxul leproso que se cura
Da lazeira que o tanto enfraquecia,
Mesmo morto, deixei a sepultura
Como um ato de atroz necromancia.

 

Minha carcaça gélida e obscura
E minha pele ressecada e fria
Foram, num só bafejo de loucura
Transformadas num corpo de alegria.

 

Eu retornei mais louco do que nunca,
Como um rato que torna a uma espelunca
De que nunca dev'ria ter saído!

 

Como a traça que almeja o guarda-roupa,
Meu coração explode e não me poupa;
Eu voltei como um rato — enlouquecido!

  • Autor: Qorujo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de Abril de 2021 00:07
  • Comentário do autor sobre o poema: Eu voltei.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 16

Comentários1

  • Shmuel

    Sim voltaste e com força. Sua poesia é forte. Estou me fartando em seus poemas.
    Abraços.



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.