Jucklin Celestino Filho

DIREITO E INJUSTIÇA ( 15/04/21)

Disse o Direito à Justiça:

Sou reto,

Se tu fores justa;

Sou certo,

Se não te entortares 

E dares

Um passo incerto

Que prejudique outrem;

Sou reagente

E ativo,

Às vezes criativo,

Mas me atento

Aos fatos,

Pois depende 

De mim, 

A defesa

De um inocente.

 

Muitas vezes, senhora,

É  notório,

Faltares à hora 

De proveres justiça,

Todavia, eu, o Direito,

Se falho, morro

Como defensor,

E mato a defesa

De quem a mim recorreu.

Nada me agride 

Na mais árdua líde,

Pois não me dobro

À custa

De injustiça

Se a mim,

Alguém recorre,

E de pronto observo

Que não dorme,

Pois como dizem:

O Direito

Não socorre

A quem dorme. 

Logo o socorro. 

 

A Justiça 

A si própria basta.

Não deve 

Se limitar 

A voz alguma ouvir,

Que não seja

A propria voz sua!...

Fica patente 

O erro grasso

Que a enxovalha

E a  avilta,

Se dobrar

A pressões 

Quais sejam

Do burburinho 

Das ruas,

Que no seu

Colo cair,

Pois tem o dever 

De se afastar

Do que não se relaciona

Com os preceitos

Da lei

Que demanda

O bom Direito,

A boa Justiça. 

 

De resto,

Me presto 

A ser

O que sempre fui:

O Direito

Na essência 

Mais pura

Do Direito.

Qual seja;

Prestar irrestrito 

Apoio a quem

De mim precisar,

Sem ser tartatuga,

Ou demasiado apresadinho.

 

Tu, distinta dama,

Que da perfeição 

Muitas vezes destoas:

Sendo às vezes surda,

Às vezes cega

E às vezes muda

Aos apelos

Dos injustiçados ,

Inda assim,

Se ortoga

A guardiã da lei,

Defensora da justiça,

E em intrigadas liças 

Quando eu humanizo

O cidadão,

Dando-lhe o direto

À presunção de inocência,

Lhe prestando

Assistência jurídica,

Por ser sujeito

Titular de direitos

E deveres,

O desumanizas,

Como se esse fosse

Um ser destituído 

De humanidade,

Inimigo do Estado,

A quem voltas

O aparato judicial 

Em ação persecutória,

Negando-lhe todos

Os direitos 

Personalissimos e sociais

Que a Constituição 

Lhe garante

Em determinados

Desideratos judiciais

Quando não apresentas

Provas, mesmo assim,

Ao revés, 

Ao réu condenas

Quando qual lebre,

Corres a atropelar 

Prazos recursais

Para chegares, senhora,

Sem muita demora, 

Ao resultado desejado,

O mais das vezes,

Passando processos judiciais 

À frente

Dos demais,

Pois aquele em especial 

Estava pré-determinado

Para julgamento 

Em tempo hábil,

Conforme o desiderato traçado!

 

Eu, o Direito ,

Não estou sujeito 

A pressão 

Qual seja.

Sou reto,

Se for 

A Justiça 

Reta;

Sou correto,

Se decerto,

Te ajustares

E te limitares

À aplicação 

Da justiça 

Isenta e imparcial!

 

 

 

 

 

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de Abril de 2021 11:08
  • Comentário do autor sobre o poema: Classifiquei este poena como Especial, por fazer parte do livro que estou concluindo : A Justiça Sob Ponto de Interrogação
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 19


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