Jabuti da Vida

Carro em Fuga

 

Carro em Fuga

 

Nós somos como solo fértil, sempre vamos longe - ao âmago - mas os meus vizinhos cresceram galhos com você.

Nós somos como um carro potente feito com peças de outros carros bons, mas agora eles não podem andar mais.

Nós estamos prontos para decolar, mas só se nos impulsionarmos em cima de costas feridas dela

 (...)

Em nossa frente, há corações sem colete à prova de balas.

A minha arma nunca foi usada.

Meu coração se aperta dentro do paraíso por achar a chave do baú da minha melhor amiga.

Tão convidativa e irresistível como a maçã..

 (...)

Tentei me afastar, mesmo tremendo de frio no escuro da noite, mas você sempre achava meus esconderijos.

Então você me levou para casa e sentimos a lareira ardendo através do cobertor.

Agora eu estou do seu lado no carro (não estou ao seu lado), mas você não quer parar antes da faixa de pedestres: as duas vermelhas ardentes passam.

Tudo bem ela se vunerabilizar, mas por quê ela me carrega consigo?!

Porque amar é estar vulnerável:

Estar sem colete.

Guardar sua arma.

 (...)

Você vai mesmo me fazer passar em cima de legos?

Queria te chamar de meu, mas por que é tão certo e errado ao mesmo tempo?

Você está me esperando, mas eu só vou conseguir subir na árvore se soltar a mão dela.

Tão cativante e fatal como um pecado...

Será que quando ela encontrar sua própria árvore, poderei subir até você entre as folhas, finalmente?

 ...

  • Autor: Jabuti da Vida (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Abril de 2021 19:53
  • Comentário do autor sobre o poema: Incrivelmente, hoje eu estava admirando a lua cheia quando me veio a ideia de finalmente postar esta história baseado no que passei com pessoas muito importantes para mim. Como eu escrevi isso? Bom, lá estava eu, estudando biologia, mas algo em mim me incomodava demais. Comecei a escrever e de repente, escrevi. Espero que tenham viajado como eu viajei legal :)
  • Categoria: Fantástico
  • Visualizações: 11
  • Usuário favorito deste poema: Lia Gomes.


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.