DESESPERANÇA

Carlos Lucena

 

Silêncios
Ausências
O mundo está mudo
Nem sequer escuto
O som das nuvens.
As casas parecem abandonadas
Os bancos das praças
Estão vazios
Os postes abortam as luzes
Só as árvores
Se embalam
Nos gemidos de suas folhas
O bem - te - vi
Sibila em uma nota aguda
E as andorinhas atônitas
Pousam silenciosas nos fios dilatados de calor.
Andorinhas
Pardais
Bem - ti - vis.
Oh tarde vil
Oh noite silenciosa
Nervosa.
Minhas veias
Indecifráveis teias
Já não é rio
É frio
E no meu coração a sós
Sem foz
Sem leito
Me afoga o peito
De dor
Sem cor
Sem calor
Pobre sina
Sem vacina
Sem amor!

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de março de 2021 13:54
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7


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