Dores de uma laranja

Cesar Cassiano



Pra quem vê o mundo, há quem assisti mudo, pra quem insisti muda.

Se aprofunde e veja o quanto é profundo, esse raso emaranhado no quadro é mar,

mas está arranhado, perdeu o valor ser real.

Perdoe amor.

 

 Eis aqui poetas articulando sem reais, e homens arte calculando, mais cem reais.

Com erros de concordância gramaticais, para esses meninos,

segundos são centavos, sim eu "tavo", escrevendo errado pra que deste lado tu saísse da grama e o vento te levasse ao caís,

sem pender para o outro lado, ao caos.

 

E se bem estar é passar mal, esse bem estar, é... está bem mal. a gente anda, pra dizer que não ama.

A gente corre, pra dizer que não ama. a gente some, pra dizer que não ama. a gente sofre, pra dizer que não ama.

E quando morre? não adianta dizer quem ama.

 

Fala pra ela que eu sinto muito. fala pra ela que eu sinto dor. fala pra ela que hoje eu não vou.

estou rodando o mundo, logo mais, eu te encontro amor.

 

Se perguntares...

Por que não se entregas por inteiro?

 

Irei lhe pedir desculpas, não é desculpa!

É que corremos de janeiro à janeiro, sentindo culpa, por ser a metade inteira, da tarde inteira alaranjada.

 

Incoformada é a casca, que fora forjada a ser um enfeite do copo de um alcoólico,

ao lógico de que os sucos eram superfíciais e doces, não dóceis.

Quem dizia isso era a tia Beth. era bonita de verdade!

mas naquela cidade estava sendo usada, azeda, era ela quando se sentia uma bagaça.

Autoestima baixa, nem sabia que era a minha vítamina de coração.

 

Por isso não ouso jogar e nem engolir tuas sementes,

mas ainda penso que o que lhe há por dentro dará bons frutos alaranjados.

alá... manjados, então pouco tempo nem tampico me fará esquecer o teu sabor natural.

 

Entendeu?

  • Autor: Cesar Cassiano (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de março de 2021 12:06
  • Comentário do autor sobre o poema: Ao escrever esse poema, eu estava pensando em como podemos estar divididos em nossas emoções, o como nosso sentimento poder estar relacionado a tantas coisas diversas, assim como a laranja que um dia é uma semente, outro dia é um fruto colhido, outrora é vendida, outra semana é usada até virar uma bagaça, até que o ciclo recomece do zero.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6


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