Eterna...?
O ontem me chegou ainda há pouco...
Veio nas asas das lembranças.
Abriu-me uma janela e, ao longe, pude ver o dia-a-dia de um passado que tento, às vezes, esquecer.
Vi-me ao colo, ainda tão pequena, aconchego de quem me cuidou e o mundo me mostrou.
Repassando todos os momentos da lida que até aqui eu tive, revi dias de esperanças e ilusões;
Algumas eram apenas desejo bobo, outras importantes.
Chorei ao ver um sonho destruído, um amor eterno, não vivido.
Ouvi minhas próprias palavras e não reconheci-me a voz, muito mais nas que eu deixei de falar...
Quanta coisa minha alma silenciou, quanta!
Quanta saudade dos que já foram pra eternidade, também dos que partiram apenas pra outro jardim.
Aqueles que moraram em mim e viraram só lembranças...
A saudade é tanta dos dias idos de minha aurora juvenil que meus olhos não suportam...
Num pranto que só meu coração entende, eu desabo... vontade de que o tempo não houvesse passado.
Meu pranto é mistura de saudade com lembranças... vontade de segurar o tempo e não partir eu também... ficar no presente, ao menos, já que não dá pra voltar...
Vou morrendo ...vivendo essa vontade louca de ser eterna...
Edla Marinho
02/11/2014
- Autor: Edla Marinho (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de março de 2021 23:17
- Comentário do autor sobre o poema: Mistura de vontades...
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários2
Belíssimo poema quase inventário da vida vivida e levada a sério. Versos concatenados,eu lírico dolorido pela saudade mas...o hoje se impõe mais. Vida longa nos satisfaz e a saudade vamos administrando. Chapéu!
Grata, querida Maria Dorta, por ler e comentar meus versos!!
Linda noite pra ti!
Saudade!
Talvez nosso combustível!
Verdade, poeta, a saudade move minha inspiração.
Grata por seu comentário!!
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