Maldita sejas Pátria!
Como te odeio a ti e as tuas gentes;
Como odeio a tua pobreza arrogante;
Como odeio a tua ignorância.
Em ti não encontro valor nem valores.
Em ti apenas encontro a dor e o aborrecimento!
Em teus seio eu não encontro o alimento da alma,
Em teus braços encontro frieza e mentira.
Pátria maldita!
És como uma árvore seca e desfolhada,
Nada te resta!
Do teu futuro apenas te resta o passado,
Passado que passas a vida a relembrar.
Foste grande uma centena de anos,
E desses cem contas dois mil.
País arrogante, sempre foste escravo dos outros,
Esposa submissa de Inglaterra!
Amante prostituta de França!
Sem-Abrigo na Alemanha!
Abusadora e violadora dos fracos e oprimidos!
Ladra de culturas!
Devoradora de liberdade!
Maldito sejas, Pátria, que não te calas com o passado.
Cala-te, país ignorante!
Navegas-te depois dos Vikings;
Descobrires-te o mundo que os Fenícios descobriram,
Mas ainda assim te chamas de Descobridor.
Que atrevimento o teu, escreveres o teu nome no livro da vida!
Escreves os teus feitos com o sangue dos outros que oprimiste!
A ti, Pátria, nada te importa senão futebóis e raspadinhas,
A ti apenas te importa programas de TV sobre merda moldada em forma de gente.
Como invejo a quem se aceita como Português,
Que prazer deve ser sentir o calor da injecção de santa ignorância nas veias,
Seria tão mais fácil para mi acordar nas tuas terras, Pátria,
Se também eu fosse um patriota sem alma,
Que te amasse sem conhecer a tua história,
Que te beijasse sem ter nojo da tua boca usada.
Quem te ama cegamente é que é a verdadeira pandemia,
Esses sim são a doença que consome o mundo!
Esses que gritam o teu nome em joguitos de futebol
Como animais selvagens primitivos.
Pátria exibicionista, que pegas nas tuas próprias fezes
E que as mostras ao mundo dizendo que são ouro!
Vendes o que não tens
E compras o que não queres.
És influenciada por estrangeiros que nem sabem que existes.
Quando abres essa boca apenas saem mentiras e enganos,
Como se fossem cobras a sair do buraco.
Ergues os teus peitos e regas as bocas dos teus filhos com leite pútrido,
Mas aos estrangeiros ofereces os maiores e melhores manjares.
Pátria racista,
Não te vês ao espelho, sua prostituta nojenta?
Não vês a cor de tua pele,
O cabelo preto que cobre essa cabeça vazia,
A iris castanha que pinta esses olhos vesgos!
Não sabes o que escreveram aqueles que morreram antes de seres quem és?
Esqueces-te os Judeus e Mouros que em ti viveram,
Dos Africanos que raptas-te e violaste!
Todos estes também eles foram Portugueses,
Que em ti fizeram povos,
Que em ti fizeram vida,
Que te deram o nome.
Hoje só te lembras da palavra Europa
E Europa tatuaste nas tua nádegas como vaca no matadouro.
Cospes nos teus filhos por não serem brancos, como os teus amantes,
Matas os teus descendentes por não terem olhos azuis, como aqueles que te violam!
Tudo isto e tu nem branca és,
Não passas de uma mestiça hipocrita que cospe na sua herança,
Que corta as sua raízes,
Que escolhe não o futuro mas sim o passado!
Por mais que corras, Pátria,
Jamais fugirás daquilo que és e daquilo que foste,
Estás presa, Pátria racista,
Presa pelas mesmas correntes com que prendeste os escravos,
Com as mesmas correntes com que tu te prendeste!
Maldita Pátria,
Eu odeio-te a ti e as tuas gentes,
Pois são as gentes que te criaram,
Que te moldaram.
Pode o barro moldar o barro?
Pode a pedra construir uma casa, por si mesma?
Pode o morto dar ideias?
Não, e em Portugal é isso que temos,
Barro por moldar,
Pedra por construir,
E os mortos,
Os mortos jazem calados.
(Autoria de Yacob Ben Hashem)
- Autor: Yacob ben Hashem ( Offline)
- Publicado: 8 de março de 2021 14:10
- Categoria: Triste
- Visualizações: 13
Comentários1
Tristes constatações e doi ter que reconhecer quantas verdades aí dizes. Muitas outras pátrias,acredites, são também. meretrizes,subserviente s.
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