Quem será ele, ele que tanto sofre.
O que será dele, que padece de tanta dor.
Por que ninguém seu sofrimento acolhe.
O que ele fez para não merecer amor.
Dorme no frio, jogado ao relento.
Entregue à sorte, carrasco asqueroso.
Na sombra suja do esquecimento.
Destino rude, cínico e impiedoso.
Tal qual cadáver que se decompõe.
Em vida seco, morto e esquecido.
Sua pobreza contra si depõe.
E lhe condena por haver nascido.
Rude ornamento da miséria entalhado.
Moeda de barganha em preces de caridade.
Jaz junto com os seus na miséria entulhado.
Espelho que reflete a podridão da humanidade.
Mas se há um Deus, e se esse Deus existe.
E se não sente prazer em assistir.
Tua derrota, essa existência triste.
Fará um dia algo de bom por ti.
Quando voltares para uma outra existência.
Já não serás cadáver desgraçado.
Pois viverás em fútil opulência.
Não se importando com os do outro lado.
- Autor: Victor Severo ( Offline)
- Publicado: 26 de fevereiro de 2021 08:22
- Categoria: Não classificado
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