Que coisa estranha
Aqui sentado nesta cadeira
Uma montanha
Não, não, uma ladeira
Mas não me lembro desta rua
Onde a curva continua
E agora
Nem sei a hora
Sempre entre desconhecidos
Que me olham
Como velhos amigos
Falando coisas sem sentido
Como se fossem minha família
Justamente eu
Com lembranças de uma ilha
Sem laços, nem raízes
Solto no espaço
Sem lembranças
De dias tristes ou felizes
Justo eu
Que nem sabe quem sou
Do que aconteceu
Ou onde estou
Que há pouco estava perdido
Na porta do elevador
E todos falavam comigo
Gentis demais pro meu gosto
Me tratando como um mendigo
Ah, mas aquele rosto...
Eu já senti esse toque
O cheiro deste perfume
Me envolve, me atrai
Vai me abraçando
Vai me chamando de pai
Me carregando a reboque
Desfio os meus queixumes
As queixas de costume
Mas que quarto bacana!
O mundo vai diminuindo de volume
Então entro em outro sonho
A solidão do sono
Deitado na minha cama...
- Autor: Vênus (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de fevereiro de 2021 19:23
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 17
Comentários1
MUITA MUSICALIDAE EM SEUS POEMA, RIMAS REFINADAS VÃO SE SUCEDENDO ENRIQUECENDO A SEMÂNTICA POÉTICA. BRAVO POETA!
Uma eferencia ao Alzheimer. Obrigado Meno
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.