Marçal de Oliveira Huoya

Só uma vez

E depois,
Que Lázaro ressuscitou,
Que Lázaro é agora,
O mesmo Lázaro de sempre,
Ou um Lázaro diferente,
Não o que foi embora,
O Lázaro necessário,
O Lázaro da necessidade,
O Lázaro imprescindível,
O do pensamento diário,
O que era sempre visível,
Pois quando Lázaro morreu,
O mundo todo escureceu,
Parecia que o nunca mais,
Seria todo dia,
Lázaro não morreu em paz,
Foram espasmos e tremores,
Muitas lágrimas,
Muitas dores,
Lázaro sofreu demais,
E seu corpo baixou a sepultura,
Aquela cova funda e escura,
Mas então Lázaro reviveu,
Voltou dos mortos mudado,
Lázaro já nem era mais notado,
Lázaro passava e não causava,
Lázaro dançava sem atenção,
Lázaro não era mais Lázaro,
Era uma simulação,
Então Lázaro foi murchando,
Até ser esquecido,
Lázaro que havia morrido,
Lázaro que fora ressuscitado,
Lázaro que havia mudado,
E agora estava esquecido,
E vivo Lázaro estava morto,
Só faltava morrer o corpo,
E a lembrança de Lázaro se desfez,
Então Lázaro morreu,
Pela última vez...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de Fevereiro de 2021 19:54
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 20


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