Chegando pro Círio de Nazaré

Amadeu Campos



Cuidado piqueno! Tédoidé?

Sai do meio da rua!

Tu pensa que tá no interior é?

Isso aí é carro!

Te faz de doido que ele te joga longe!

Para de ulhar pra cima! Nunca viste edifício?

Égua do minino abestado!

Vieste passar o círio?

Ah, é isso mesmo! Disculpa, mi esqueci!

Presta atenção em mim

Já vim mais de dez vez

Espia, aquilo ali é uma mota

Num é cavalo não!

HAHAHAHA. Só rindo mesmo

Bora, abubalhado, antes que uma bicicreta dessas ti bata!

Cidade grande é assim

Fica logo esperto!

Tá pensando o quê? Aqui ninguém te conhece!

Agora, pai D’égua é né?

Mas me dá fome

Bora batalhar uma jussara lá na casa da mana

Ainda bem que truxemo a farinha baguda que ela pediu

Eita círio bom!

Se tu gosta ano que vem nós volta

Vê se toma a bença da tua tia, moleque!

 

  • Autor: Amadeu Campos (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de abril de 2020 11:47
  • Comentário do autor sobre o poema: Significa a chegada de milhares de romeiros, vindos do interior do Estado do Pará para Belém, no período da festividade do Círio de Nazaré.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 11
Comentários +

Comentários2

  • Sonia Rodrih

    Parabéns, explicita bem o regionalismo e a fala coloquial! Leve e descontraído!

  • Marcos Galvão

    Muito bom ser leve! Parabéns.



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